terça-feira, 4 de novembro de 2014

Compromisso ético com a África





Muito se discute sobre quais as razões para que exista miséria, fome e toda uma série de desgraças e doenças na África.

As sugestões para a solução  desses problemas sugere sempre a interferência de organismos internacionais, o apoio de ONG's, um olhar de fora, ainda o olhar do colonizador, da civilização ocidental.

Talvez tenhamos chegado num grande impasse. É possível que o modelo capitalista tenha chegado a uma encruzilhada e exista uma outra possibilidade de mundo, diferente do proposto pelo capitalismo.

Um resgate da sabedoria ancestral, o retorno a uma visão de mundo que propugne  o equilibrio, associado a modernas técnicas não agressivas e apoiadas a um compromisso ético com a vida pode ser usada na África, para a emancipação dos povos e bem estar de todos.

Os problemas que ocorrem na Africa são fruto de um processo histórico, que ocasionou o rompimento do modo de vida africano.

Esses problemas serão solucionados com o apoio de todos, promovendo uma mudança no que deu errado, alicerçado em base tradicionais africanas. "Há certas tradições que não merecem ser celebradas" lembrou o principe Hamlet; dessa forma nem toda tradição é positiva. O que precisa ser valorizado é a vida, o equilibrio e o bem estar de todos, mulheres velhos e crianças, do ser humano e de toda forma de vida.

Para quem pensa que é utopia, ou conversa piegas, sugiro a leitura do texto de Valéria de Marcos: Construindo alternativas a produção agroecológica através da Mandala.

A professora é doutora pela USP  em Geografia, e atualmente é professora da FFLCH, com enfâse em Geografia Agrária.

O trabalho da professora Valéria de Marcos é uma pesquisa sobre alternativas para a produção agrícola na ótica do desenvolvimento local autosustentável.

As práticas defendidas no texto são métodos alternativos de agricultura em respeito ao ambiente, utilizando a permacultura e a agroecologia.

Usando como exemplo o processo de organização e funcionamento da mandala em assentamentos noo Brasil, a autora destaca as pectos realcionados ao cultivo, rotina de trabalho, viabilidade econômica e forma de escoamento da produção.

Retomo dessa forma a discussão iniciada nos comentários do post "O Brasil na África". Lá eu afirmava esperar que a África não seja continuamente um laboratório de atrocidades, mas que seja um lugar de novas possibilidades de valorização da vida.

Isso só é possível com as pessoas certas nos lugares certos. Espero que alguns de nós tenham a possibilidade de encontrarem-se em lugares chave e possam exercer o compromisso ético com o planeta.

Olhar os fenômenos de dentro, compromissado com a vida e amparado pela conhecimento, é uma saída honrosa para enfrentar os problemas na África.


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